
Icapuí atravessa um longo período de ausência de planejamento estratégico e de ações públicas articuladas. A falta de um projeto de desenvolvimento coeso compromete não apenas a eficiência da gestão, mas também o bem-estar e o futuro da população.
Nos últimos vinte anos, a cidade tem se limitado a iniciativas pontuais, sem políticas municipais estruturadas em setores essenciais como educação, saúde, segurança, esporte, turismo, cultura, juventude, infância e terceira idade. O município tem se mantido dependente de programas estaduais e federais, sem desenvolver estratégias próprias que considerem suas particularidades geográficas, sociais e econômicas. É um desperdício de potencial, especialmente considerando os recursos significativos que Icapuí tem recebido.
A história demonstra que o município já possuía capacidade de inovação e ousadia. Por meio do Orçamento Participativo, era possível planejar ações de curto, médio e longo prazo, garantindo recursos e revisando metas anualmente para assegurar continuidade e efetividade. Esse modelo não apenas fortalecia a gestão pública, como também promovia a participação cidadã e consolidava Icapuí como referência nacional em políticas públicas.
Hoje, a cidade se encontra longe desse padrão. A ausência de planejamento estratégico próprio e a dependência de políticas externas demonstram falta de prioridade e visão por parte das gestões anteriores e atual, que deixa de aproveitar oportunidades de desenvolvimento e de atender às reais necessidades da população.
Retomar políticas públicas estruturadas e articuladas é imperativo. Icapuí precisa reconstruir sua capacidade de planejamento, investir em estratégias próprias e assumir um compromisso sério com o progresso sustentável e a melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. O futuro do município depende da coragem de seus gestores em estabelecer um projeto de desenvolvimento claro, consistente e duradouro.